Domiciano's Last Stand

Aqui dou alguns pitacos sobre política, esportes, economia, cotidiano, músicas, brigas amorosas, compra e venda de automóveis...

08 maio 2007

Excrementos

O jornalista Luiz Carlos Barbon Filho foi covardemente assassinado no último sábado. É desnecessário dizer que foi um atentado contra a liberdade de imprensa e a consagração da impunidade. Barbon denunciou o esquema de pedofilia que envolvia políticos da cidade de Porto Ferreira, distante 233 km da Capital. O fato chamou a atenção da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), da OAB (Organização dos Advogados do Brasil), da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) e do CPJ (Comitê de Proteção dos Jornalistas). Até aí tudo normal. No entanto os dois sindicatos da categoria (ou catchiguria para os indigentes) lançaram uma nota (?) sobre o assunto. Se conseguir ler até o final, vou escrever alguns comentários sobre o lixo:

A morte de qualquer cidadão nas circunstâncias ocorridas na cidade de Porto Ferreira, interior de São Paulo, onde Luiz Carlos Barbom Filho, de 37 anos, foi assassinado a tiros, obviamente, gera indignação, repulsa de toda a sociedade.
Inicialmente, é preciso exigir o esclarecimento, bem como a punição dos responsáveis e hipotecar toda a solidariedade aos familiares e amigos da vítima.Luiz Carlos Barbom Filho, apesar de se auto-intitular, não era jornalista de fato e de direito.
O jornal de sua propriedade, Realidade, foi fechado pois nunca esteve regularizado e Barbom Filho não possuía o registro de jornalista, tendo sido, inclusive, processado por exercício ilegal da profissão.No entanto, esses fatos não justificam nenhum ato de violência contra sua pessoa e tampouco desabonam as denúncias que eventualmente tenha tornado públicas contra desmandos de autoridades ou grupos.
Esse episódio exige uma reflexão profunda sobre o atual estágio de fragilidade social à qual está exposta a profissão de jornalista e grande parte da população.
Não é possível que crimes e ilegalidades só sejam alvo de ação efetiva do poder público, após se tornarem fenômenos midiáticos. A população não pode ter suas demandas atendidas pelo Estado somente após terem se tornado manchetes dos veículos de comunicação.
É preciso existir canais abertos para que o povo exerça a cidadania, denuncie os desmandos dos poderosos, exija o cumprimento da Lei, enfim, faça valer seu direito à cidadania.Para a realização plena dessas condições básicas de liberdade, os jornalistas têm um papel fundamental a cumprir. Isso é obvio, mas é doentio pensar que todo cidadão, para poder exercer esses direitos, deva se arvorar à condição de jornalista.
Estamos diante de uma prova de “déficit de cidadania” no País, que precisa ser solucionado, sob pena de jamais ser uma democracia de fato e de direito!

São Paulo e Brasília, 07 de maio de 2007.

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo Federação Nacional dos Jornalistas


Não é novidade que tanto a FENAJ quanto o Sindicato Paulista possuem em seus quadros boa parte da elite sindical de nossa República. Nunca na história desse país, a pelegada esteve tão à vontade. Promovem greves, fazem ameaças e não são punidos. Nesse caso passaram do limite. Eles não sabem escrever e acham que o diploma é a salvação para suas medíocres carreiras. Você já leu alguma matéria de algum sindicalista da FENAJ? Eu também não. Algum deles já ganhou Prêmio Esso? Agora, se a pergunta for, quantos deles trabalham no Poder Público, a lista é imensa. Não podemos deixar esse excremento ficar sobre nossos tapetes. A limpeza terá que ser eficaz.

1 Comentários:

Blogger Eduardo Heering Bartoloni, o Duzão disse...

É ridículo ver que a classe que deveria se unir para apoiar as outras, dar o exemplo, seja justamente a mais dividida de todas.
Pior, é ver que essa profissão tão humana é comandada por coisas, pois não podemos chamar de pessoas.
É cada vez mais difícil termos orgulho de falar para todos que nós somos jornalistas.

O caso de Luiz Carlos Barbon Filho não precisa de comentários. É deprimente. Infelizmente nós vivemos nesse mundo ridículo.

12:07 AM  

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