Ano novo?

Enquanto a grande maioria das pessoas está em férias ou aproveitando o feriado, cá me encontro escrevendo numa vazia São Paulo. Sempre tive uma espécie de fetiche com lugares vazios. Hoje ao passear pelo Market Place nunca me senti tão bem ao ver as lojas fechadas e os corredores vazios. Alguns podem me acusar de sociopatia, mas gosto muito mais de viver com poucas pessoas. O ser humano não controla seus excessos. O ser humano brasileiro controla menos ainda. E eu ainda faço parte dos que buscam o equilíbrio. Esse valor tão antigo, é desprezado sucessivamente. Ao mesmo tempo em que vivemos mais, bebemos demais, nos drogamos demais e infelizmente pensamos de menos. A letargia que vivemos foi representada hoje pela posse do Supremo Apedeuta, Luis Inácio. Acho que seu governo representa o atraso intelectual, econômico, cultural e qualquer outro que seja possível. É a consagração do messianismo, a supremacia da crendice sobre a ciência e a racionalidade. O grande pensador Olavo de Carvalho, em artigo publicado no Mídia Sem Máscara (link ao lado) define bem a degradação que a educação sofreu nas últimas décadas: "Nessas condições, o crescimento fabuloso dos meios de atuação veio junto com o esforço multilateral de apropriação desses meios por parte de grupos militantes bem pouco interessados em "compreender o mundo" mas totalmente devotados a "transformá-lo". A redução drástica da atividade intelectual ao ativismo político foi a conseqüência desejada e planejada dessa operação, realizada em escala mundial a partir dos anos 60." Para ler na íntegra (http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=4580). Carvalho aponta as causas, mas as consequências dessa transformação são sentidas claramente. Certa vez fiquei abismado pelo fato de companheiros (sem a apropriação comunista do vocábulo) de sala não conhecerem Franz Kafka. A inteligência está degradada, as pessoas estão degradadas. Não pretendo ser nenhum totem intelectual, acho até que estou muito longe de ser inteligente. Mas as pessoas estão optando pelo oposto, pela destruição, pelo fim de qualquer conhecimento científico e intelectual. Feliz Ano Novo!