Domiciano's Last Stand

Aqui dou alguns pitacos sobre política, esportes, economia, cotidiano, músicas, brigas amorosas, compra e venda de automóveis...

17 maio 2020

O Amigo Oculto Cap. 5.

Marca humana

O parto difícil e demorado levou 4 horas na fria noite do dia 5 de setembro de 1981. Marcelo chegava ao mundo como o quarto filho de uma família da periferia de São Paulo.

O pai, Aristides, era bancário e a mãe, Sandra, havia trabalhado como telefonista da companhia estadual de telefonia. Seus irmãos eram Jessica, Mariana e Ricardo.

Mimado desde cedo por ser um caçula bastante temporão (seu pai tinha 47 anos e a mãe deu a luz aos 44), Marcelo teve uma infância relativamente normal. Finais de semana na praia, férias na casa dos tios em Mogi das Cruzes e às vezes jogos do São Paulo no Morumbi.

Apesar desse cenário confortável, Marcelo mostrava desde cedo alguma possessividade e egoísmo. Tais sentimentos eram observados por seus amigos, mas como não oferecia até aquele momento qualquer risco, as desavenças passavam.

Marcelo, por sua vez, logo que começou a andar sozinho de ônibus e metrô, passou a nutrir o hábito de pegar uma linha e ir até o ponto final. Andava por alguns quarteirões e voltava.

Fez isso por alguns meses até que um dia, ao pegar um ônibus e descer uns 3 pontos antes de sua casa, levou o primeiro murro de sua vida. Seu pai, Aristides, divertia-se aos beijos, em um bar com uma mulher, que não era a sua esposa.

Marcelo chorou. Mas não falou nada. Aquela chaga o consumiria por alguns anos.


Prólogo

Devaneios

Descobertas

Mudanças

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