Domiciano's Last Stand

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04 outubro 2008

Pontos corridos - A salvação dos times ruins

O futebol brasileiro encarou no início do século XXI uma polêmica sobre o formato do torneio nacional. Desde 2003, os pontos corridos foram adotados e entre os muitos pontos positivos, os clubes passaram a ganhar mais dinheiro da televisão, o calendário deixou de ser um problema central e de fato o campeonato ganhou emoção.

No entanto, pretendo nesse texto mostrar um ponto negativo desse formato: a permanência de equipes com desempenho abaixo do esperado. Nem mesmo os exemplos de Palmeiras, Botafogo, Grêmio, Coritiba e mais recentemente o Corinthians, mudaram o comportamento de algumas equipes. Basta ver o caso do Atlético-MG. O time passou o inferno da queda, mas não melhorou a sua administração. Justamente no ano do Centenário foi goleado na final do Campeonato Mineiro, foi eliminado pelo Botafogo na Copa do Brasil e na Sul-Americana e faz um Campeonato Brasileiro para ficar longe de um novo rebaixamento.

Os pontos corridos dão às equipes a sensação de que é sempre possível se salvar, afinal, com 38 jogos, a tarefa fica menos complicada. Para exemplificar, utilizarei o Atlético-MG novamente. Qual o incentivo que a diretoria poderia ter para melhorar o time, sabendo que há pelo menos mais quatro equipes inferiores? Essa lógica de entrar "para não cair" tem feito o nível do futebol cair bastante.

A comparação com os mata-matas nesse caso pode ser importante. Fazendo uma comparação entre o torneio de 2002 (último no formato antigo) com o do ano seguinte, a diferença entre o primeiro colocado, São Paulo, para a Portuguesa, último que caiu foi de 25 pontos. Em 2003, após a excelente campanha do Cruzeiro, essa diferença subiu para 51 pontos. Foi de 49 em 2004, 32 em 2005, 39 em 2006 e 33 no ano passado.

Logicamente que com mais partidas, o total de pontos também aumenta. Mesmo assim, o abismo entre os primeiros e últimos tem sido muito grande. Na edição atual deve ficar novamente acima dos 30 pontos.

Os esforços feitos para trazer mais equipes para a Libertadores e Sul-Americana até amenizaram o quadro, mas o que se torna importante é a tentativa de melhorar a disputa, com times mais fortes e dispostos a alguma coisa. E isso depende dos nossos clubes.