Lugar de vagabundo é na cadeia

Vivemos no Brasil um tempo em que a ordem deixou de pertencer ao cotidiano. Não há mais leis, não há punições e cada um faz o que quer. Prova disso foi o papelão da greve dos controladores aéreos. A insubordinação do pessoal do Cindacta-1 era para ser punida exemplarmente. Não há registros que qualquer motim em forças militares que não tenha acabado em prisões. Mas no Brasil de Lula, eles ganharam o que buscam há tempos: os braços do sindicato. Com a desmilitarização do setor, eles poderão se filiar aos sindicatos e estarão de acordo com a agenda da CUT-Força Sindical. Tenho verdadeiro asco por esse filão de mercado chamado sindicatos. Tive a sorte de escolher a profissão que tem um dos sindicatos mais porcos e sujos de todos, a FENAJ. O governo possui inúmeras caixas-pretas. A Infraero, os fundos de pensão, os sindicatos, as ONG's. Se abrirmos todas, sobra pouco. Mas a chance de serem abertas é pequena. A inversão de valores perpetua esse estado de coisas que justifica garotos serem arrastados, ministra falando besteira, dinheiro na cueca, dossiê fajuto... Entre outras... Já estou meio cansado disso. Se tivesse algum jeito, já teria ido embora daqui.

Concentrar

Esse post será um daqueles que viajam um pouco no tempo (e na maionese!). A figura do ser pensante mais famosa que existe é a escultura "O Pensador" do francês Auguste Rodin. Nela o homem é retrato humanamente e terrívelmente concentrado. Nunca fui um adepto da concentração. Talvez nessa caminhada tenha faltado um pouco de esmero, ou até mesmo vontade de ir além. Sempre acreditei no meu potencial e nas coisas que eu fiz, gostaria de fazer ou poderia ter feito. O grande Manuel Bandeira define bem esse sentimento, quando escreve "...uma vida inteira que foi, sem nunca ter sido...". Obviamente que não me sinto assim. No entanto estou distante daquilo que gostaria de ter feito. Tenho uma vontade muito grande de fazer o épico, de montar algo perfeito. De deixar para as pessoas, qualquer coisa relevante. Estou longe do niilismo de Machado de Assis, quando define brilhantemente a vida de Brás Cubas- "...não tive filhos, não deixei a ninguém o legado de vossa mediocridade...". Por outro lado, poderia ter trilhado um caminho diferente. Não me arrependo do lugar que estou e do que falei. Gostaria apenas de tirar a camisa de força.

O bambinismo

Vou tocar em um assunto polêmico. Sem nenhum acontecimento especial. Apenas para acender algumas discussões. Nos últimos 2 anos, não há dúvidas de que o São Paulo é o time mais vencedor e competitivo do Brasil. A supremacia de ter sido o primeiro brasileiro tricampeão mundial é indiscutível. Mas vemos que isso não tem feito bem a alguns atletas que participaram desses times. O primeiro deles é Souza. Jogador mediano, alterna bons e maus jogos e que fala como se fosse um Pelé do século XXI. Já Rogério Ceni e Leandro querem reescrever a história. Chegaram a dizer que Garrincha seria mais ídolo se tivesse jogado no Morumbi. Por outro lado, Miranda chega a ser comparado com Cannavaro! O que mais complica essa história é o apoio total dado pela imprensa para esse festival de "frases feitas": "O SP tem o melhor planejamento", "O SP possui o melhor elenco", "A água do Morumbi é mais gostosa". O papel da imprensa é noticiar, mas nada que alguns biscoitinhos não resolvam...

Sansão

Dentro de algumas horas começa o jogo entre São Paulo e Santos. A partida é esperada por muitas pessoas (não por mim pelo menos) como uma prévia da final do Paulista. De fato será uma disputa interessante. As equipes que têm jogado o melhor futebol no Brasil e por um lado, o SP possui um grupo muito forte e por outro o Santos aposta na dupla Zé Roberto e Cléber Santana. O jogo será decidido em alguma falha individual, que poderá ser do experiente Antonio Carlos ou de Miranda, um zagueiro violento e fraco, que a imprensa adora babar ovo.

Palpite do Analista: Empate 2 x 2.

A visita de Bush e a paralisia cerebral

Os noticiários não falam de outra coisa. O assunto do momento é a visita de George W. Bush. Sou contra a invasão do Iraque. Pois acho que o dinheiro gasto poderia muito bem acelerar a economia americana e por consequência a nossa também. Mas com esse texto pretendo ressaltar a estupidez coletiva das pessoas que foram ao protesto na Avenida Paulista. Posso estar sendo um pouco exigente, mas o que fazem 6 mil pessoas em plena tarde de quinta-feira? Não trabalham? Não estudam? Estão a serviço de quem? Acho que uma parceria comercial para a produção do etanol é a última chance do Brasil ficar no bonde da história. Se o atraso mental já está enraizado, que pelo menos deixem a economia fora disso. Outro ponto que me chamou a atenção na mídia é a impressão de que tudo funciona perfeitamente sempre e de que a visita de Bush é um grande transtorno. Não deixa de ser incômodo para quem vive e trabalha na região do hotel Hilton. No entanto são algumas horas apenas. Uma coisa devo elogiar em Lula (Meu Deus!), quanto mais ele se afasta desses imbecis que protestaram hoje, ficamos menos longe do desenvolvimento.