Domiciano's Last Stand

Aqui dou alguns pitacos sobre política, esportes, economia, cotidiano, músicas, brigas amorosas, compra e venda de automóveis...

28 abril 2008

Bons companheiros?

O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) teve origem ainda na época do bipartidarismo. Justamente por aglutinar as principais lideranças de oposição ao regime militar o partido sempre teve os mais diferentes tipos de políticos em seus quadros.
Passados quase 30 anos, as coisas não mudaram muito. As eleições de 2008 e 2010 tem gerado alianças estranhas.
O primeiro caso é de Orestes Quércia. O ex-governador e ex-senador pelo estado de São Paulo anunciou recentemente que apoiará a candidatura de Gilberto Kassab (DEM) para a Prefeitura da Capital. Especula-se que o atual governador José Serra e que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tenham participado das negociações.
O segundo episódio é a chegada de Anthony Garotinho ao PSDB carioca. Sem poder de barganha no PMDB desde o rompimento com Sérgio Cabral, o ex-governador do Rio de Janeiro espera voltar à vida pública junto com os tucanos.
Tanto Quércia quanto Garotinho são execrados por boa parte da opinião pública, da imprensa e por alguns políticos. Mas por possuírem importantes nichos eleitorais e tempo de exposição em campanhas políticas, recebem carinhosos afagos nos bastidores. Imagine FHC, Serra, Quércia, Kassab e Garotinho no mesmo palanque.
Ionesco não faria melhor.

05 abril 2008

Formas de se fazer jornalismo

O jornalista Eugênio Bucci foi presidente da Radiobrás durante todo o primeiro mandato do presidente Lula. Sob seu comando o veículo fez uma cobertura mais próxima o possível do imparcial.
Por ser um órgão público, as pressões para que a cobertura seja favorável a 'situação' de fato são grandes. No entanto o caso de Bucci possui aspectos mais reveladores sobre a imprensa brasileira de uma maneira geral.
O profissional lança, em breve, um livro contando os bastidores de seu tempo no poder. Em um momento, é registrada uma reclamação de José Dirceu para Luiz Gushiken a respeito das coberturas feitas pela agência. Segundo Dirceu, o veículo estava trabalhando como oposição ao governo Lula, justamente por também dar voz a pensamentos contrários ao governo federal.
Esse jeito de fazer jornalismo encontra eco em boa parte da imprensa brasileira. No auge do escândalo do 'mensalão' alguns jornalistas notabilizaram-se por pregarem a inexistência do esquema.
O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu processo contra os 'mensaleiros' e aqueles que negaram o problema foram premiados com cargos no governo federal. Coisa que atrai a muitos que ficaram de fora.